Monstro fabuloso nas lendas e crenças populares da Europa. O Grifo, cujo nome significa "pegar", também escrito como Gryphon ou Griffon, é derivado da palavra grega gryps e da palavra latina gryphus. Ele é provavelmente a criatura mítica mais simbólica que já existiu, como poderá ser vista a seguir.
O Grifo é descrito como monstro híbrido tendo o corpo de um leão e a cabeça, tronco e pernas de uma águia com grandes orelhas. Grandes olhos vermelhos, corpo de cor marrom e asas azuis ou brancas. Foi dito ser a progênie de um leão e uma águia. Os Grifos seriam maliciosos, gananciosos e aterrorizantes criaturas que atacavam qualquer coisa viva que adentrasse seu território, levando-os então em suas grandes garras para seus ninhos nas montanhas. Seu primeiro registro gráfico data de 3300 aC, provindo das antigas culturas da Mesopotâmia e do Egito. Nos tempos clássicos, eles puxavam os carros dos deuses Apollo, Júpiter e Nemesis.
Acreditava-se que os Grifos protegiam tesouros nas montanhas ou guardavam minas de ouro nas regiões do norte de Índia e nas terras mediterrâneas orientais. As primeiras lendas falam sobre tentativas de roubar esses tesouros e da luta contra os Arimaspians. Autores como Aelianus, Aristeas, Herodotus e Plínio promulgaram tais lendas durante o período clássico da Grécia antiga e Roma. Mais tarde, os Grifos foram incorporados em muitos livros medievais, como os Livros de Horas, os Psalters e bestiários da Europa, em quais foram descritos como odiosos cavalos e considerados símbolos do diabo no bestiário Italiano.
Entretanto, conforme as Etimologias de Isidoro de Sevilha (560-636) e a obra de Dante Alighieri (1265-1321), o Grifo simbolizava tanto o mortal quanto o divino em Cristo. Durante o final da Idade Média, ele foi citado nos Contos de Viajantes. Viagens de Mandeville (Travels of Sir John Mandeville - séc. XIV) narram os Grifos na região de Báctria, tendo corpos oito vezes maiores que um leão e enormes chifres na cabeça. Os Grifos foram incorporados na obra clássica "Alice no país das maravilhas" (1865) pelo académico inglês e pelo autor Lewis Carrol (Charles Lutwidge Dodgson, 1843-1898).
O Grifo foi amplamente descrito em formas de arte durante estes períodos, bem como sendo usado em escudos nas batalhas para representar força, liderança e coragem real, representando adicionalmente o sol e a vingança. Tornou-se bem estabelecido no repertório heráldico dos brasões de armas europeus, especialmente para a nobreza e da crista da família chamada Griffin. Vale frisar que neste caso, na heráldica, ou seja, em brasões de armas e escudos, o Grifo recebe o nome de Opinicus, também conhecido como "Epimacus", termo este que pode ter derivado do nome grego "Ophinicus", que na astrologia é Ophiuchus ou Serpentário, uma constelação do zodíaco. O Opinicus é descrito com o corpo de leão, duas ou quatro patas, cabeça de águia ou dragão, asas de águia e cauda de camelo. Nesta variação, ele era representado no brasão da guilda londrina dos barbeiros-cirurgiões.
Nos hieróglifos, eles foram mostrados como símbolo da retribuição divina. Alguns até sugeriram que a palavra "grifo" era cognata com Querubim. Entre outros propósitos, os Grifos serviram como "guardião vigilante do tesouro e dos reis" e conhecidos como "Os Cães de Zeus". Também conhecido como "Rei das Bestas" e "Rei dos Pássaros", o Grifo teria como inimigo mortal do Basilisco, sendo que, de acordo relatos, suas garras mágicas detectavam o veneno e suas penas curavam a cegueira.
Adrienne Mayor, um folclorista clássico, propõe que o Grifo foi na verdade um antigo equívoco derivado dos restos fossilizados do Protocerátopo encontrado em minas de ouro nas montanhas de Altai da Escícia, atualmente sudeste do Cazaquistão.
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